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sábado, 3 de dezembro de 2011

Princesa Isabel - marcante personagem na História do Brasil



Em outubro de 2011, foi oficialmente aberto o processo de beatificação da Princesa, entregue ao Cardeal Arcebispo do RJ, D. Orani João Tempesta, a pedido de monarquistas brasileiros.
A justificativa para o pedido de beatificação de D. Isabel foi o de a Princesa ter demonstrado durante toda sua vida uma profunda Fé Católica, além de ter sido a responsável pela libertação dos escravos no Brasil. 
O cardeal D. Orani prometeu levar o caso à Arquidiocese de Paris, uma vez que a princesa viveu seus últimos anos e morreu na França. 
A Igreja investigará os diversos testemunhos de pessoas que dizem ter sido curadas por orações feita à Princesa.

Aproveitando este importante momento, foi realizado no Golden Tulip Paulista Plaza, em SP, no dia 29 de novembro de 2001, o Painel "A catolicidade da Princesa Isabel vista por um bisneto", promovido pelo Instituto Plínio Correa de Oliveira, no qual foram revelados e comentados episódios marcantes da vida da Princesa Isabel, a Redentora, os quais o povo brasileiro de nossos dias, pouco sabem ou têm sequer conhecimento.

O Painel poderá ser assistido, no vídeo que se encontra neste link abaixo:

Hoje, com este artigo, pretendo trazer à luz de todos os leitores que, por alguma razão, não puderam estar presente no Painel, algo mais detalhado do que foi falado por S.A.I.R. Dom Bertrand de Orleans e Bragrança (um dos painelistas presentes), bisneto da Princesa Isabel, naquele dia, porém ditas pelo seu irmão, nosso Imperador "de jure", S.A.I.R. Dom Luiz de Orleans e Bragança, também bisneto da Princesa, numa entrevista a Revista Catolicismo, em 2006, a fim de que saibam mais sobre a vida de nossa Princesa Isabel, Regente do Brasil Imperial por 3 vezes, pouco comentada pela historiografia brasileira.


Princesa Isabel - marcante personagem na História do Brasil


É com muito gosto que atendo ao pedido de Catolicismo de escrever algo sobre minha bisavó, a Princesa Isabel. Máxime porque, embora seja venerada no Brasil como a Redentora da raça negra, sua personalidade total não é geralmente conhecida. Dou aqui alguns traços, a fim de contribuir para esse conhecimento. Pouco se sabe, por exemplo, sobre seu vulto de grande dama, sua bondade bem brasileira e seu inalterável amor ao Brasil.
A Princesa Isabel era filha de D. Pedro II e de Da. Teresa Cristina Maria de Bourbon, das Duas Sicílias. Desse matrimônio nasceram quatro filhos –– um varão, duas mulheres e mais um varão. Os filhos homens morreram cedo, e portanto às filhas, Da. Isabel e Da. Leopoldina, transmitiu-se diretamente o direito à sucessão ao trono.
Isabel, a mais velha, nasceu em 20 de julho de 1848, batizada a 15 de novembro do mesmo ano com o nome de Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Rafaela Gonzaga, na capela imperial, pelo Bispo Conde de Irajá. Padrinhos por procuração: D. Fernando, rei de Portugal, e a rainha Maria Isabela, viúva de Francisco I das Duas Sicílias, sogra de D. Pedro II. Conta o livro de Hermes Vieira: “Antes do batismo, na escadaria da capela imperial, o Imperador, aproximando-se da filha e tomando-a nos braços, avançou um passo e a apresentou ao povo, que lá fora, curioso, comprimido, correspondeu ao gesto do monarca ovacionando Sua Alteza e aos soberanos do Brasil. Ouviram-se então os sons heróicos do Hino Nacional, confundidos com o vozerio consagratício da multidão, entoados pelas bandas de música postadas no passadiço e no coreto armado junto ao alpendre da torre da capela imperial”.(1)
Uma princesa profundamente católica
A última fotografia da Família Imperial em Petrópolis, antes da proclamação da República
Da. Teresa Cristina, nossa terceira imperatriz, pertencia à Casa de Nápoles, que é profundamente católica. Esta esmerou-se sempre na aliança com o Papado, na defesa da Igreja. Por ocasião do chamado Risorgimento italiano (isto é, a unificação da península), a Casa de Nápoles perdeu seu trono porque não quis usurpar os Estados de outros soberanos, principalmente os Estados Pontifícios. Isto ocorreu em 1860, dez anos antes da queda de Roma, invadida pelas tropas garibaldinas. Garibaldi e a Casa de Sabóia concentraram todas as suas forças contra Nápoles, e só depois foram atacar os Estados Pontifícios. Da. Teresa Cristina recebeu e transmitiu arraigada formação católica à sua filha Isabel.
A Princesa Isabel realmente foi católica do fundo da alma até o fim da vida. Aos quatro anos, foi reconhecida solenemente como herdeira presuntiva do trono, e com 14 anos prestou o juramento de estilo perante as duas Câmaras da Assembléia. Em 1864 casou-se com o conde d’Eu, como resultado de um fato pitoresco e até comovedor. D. Pedro II procurava noivos para suas duas filhas, as princesas Isabel e Leopoldina, e pediu à sua irmã Da. Francisca, casada com o príncipe francês de Joinville — daí o nome de nossa cidade em Santa Catarina — que procurasse para suas sobrinhas dois noivos apropriados, entre as Casas reais européias. Atendendo ao pedido, a Princesa de Joinville encontrou dois primos irmãos: o Duque de Saxe e o Conde d’Eu, este príncipe da Casa de Orleans, portanto muito proximamente aparentado com o marido dela. O Duque de Saxe estava destinado à Princesa Isabel e o Conde d’Eu a Da. Leopoldina. Mas, chegando aqui, os noivos viram que não combinavam, e resolveram trocar. A Princesa Isabel escreve, com muito charme: “Deus e nossos corações decidiram de outra maneira”. O Conde d’Eu se casou então com a Princesa Isabel, e Da. Leopoldina com o Duque de Saxe. Hermes Vieira afirma: “o Conde d’Eu se sentia bem ao lado dela. Era simples, boa, afetuosa e pura. Possuía uma voz bem educada e tocava piano com sentimento e graça. Tinha uma sadia ingenuidade, uma singeleza de idéias, quer dizer, uma clareza de idéias admirável, além de muita sensibilidade. Isso, sem falar dos seus talentos, da sua instrução pouco comum para a época. Dominava corretamente o francês, o alemão e o inglês”.(2) Formaram até o fim da vida um casal unidíssimo.
Por ser de convicções firmes, a princesa era difamada
A Princesa Isabel e o Conde d’Eu com seus três filhos

Logo que a Princesa Isabel se estabeleceu com casa própria — no hoje palácio Guanabara, que era o palácio Isabel da época — procurou, em seu papel de princesa herdeira mas não regente, fomentar uma vida cultural e social no Rio de Janeiro. Promovia então toda semana um serão e um jantar, mais elegante ou menos, mais cultural ou menos. Isso para fomentar a cultura geral na Corte. Esses serões eram muito concorridos. O próprio Imperador ia uma vez por semana à casa da filha para jantar.
Em 1871, por motivo da viagem do casal imperial, Isabel prestou juramento como Regente do Império perante as duas Câmaras. “Juro manter a Religião Católica Apostólica Romana, a integridade e indivisibilidade do Império, observar e fazer observar a Constituição política da Nação Brasileira e mais leis do Império, e prover o bem do Brasil quanto a mim couber. Juro fidelidade ao Imperador e entregar-lhe o governo logo que cessar o seu impedimento”.
Nesse mesmo ano, a 27 de setembro, sendo presidente do Conselho o visconde do Rio Branco, pai do barão do Rio Branco, foi votada a Lei do Ventre Livre, na sessão que ficou chamada Sessão das Flores. Quando foi aprovada a Lei do Ventre Livre, uma chuva de rosas desatou-se no plenário da Assembléia. O ministro dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Mr. Partrige, colheu algumas dessas flores, e disse: “Vou mandar estas flores para meu país, para mostrar como aqui se fez uma lei que lá custou tanto sangue”. A Guerra de Secessão nos Estados Unidos custara 600 mil mortos...
Em 1876, na segunda regência, começou uma campanha de detração promovida pelos círculos republicanos, positivistas e anticlericais contra a Princesa Isabel, por causa de seu catolicismo. Tais círculos viam que ela — por sua firmeza de princípios, por sua formação profundamente católica, mas também pelo pulso que demonstrou nas regências — seria uma imperatriz que faria da Terra de Santa Cruz realmente uma bela exceção no mundo. Ela exerceria uma profunda influência por sua autenticidade, sua cultura, sua religiosidade, e por tudo aquilo que pode elevar o espírito de um povo. Isso os referidos círculos não desejavam de nenhum modo. Começaram então a campanha de detração: ela era feia; era carola; era boba; não era patriota; não gostava do Brasil; preferia ter médicos franceses a brasileiros, e outras calúnias. O Conde d’Eu, que sofria de surdez, era chamado de surdão, arrogante, e mantinha cortiços de aluguel. Até a surdez — da qual ele evidentemente não tinha culpa — era assacada em meio às calúnias. De tal maneira que, pouco a pouco, esse casal foi sendo demonizado, para se evitar que mais tarde ele subisse ao trono. Dizia-se, em certos círculos, que era preciso proclamar a república logo, porque se a Princesa Isabel assumisse o poder, acabaria com todo esse movimento ateu, positivista e republicano. Ela teria pulso e prestígio para fazer isso. Tornou-se corrente a frase: “Precisamos fazer a república enquanto o velho está vivo, senão a filha dará cabo de nós”.
A Princesa Redentora da raça negra
Em 1888 a Princesa Isabel, sendo novamente regente, assinou a Lei Áurea. Tendo provocado a queda do gabinete Cotegipe, a Princesa chamara o Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, que era abolicionista, à presidência do Conselho. Este fizera votar a Lei Áurea e a apresentara para a assinatura da Princesa Isabel. O Conde d’Eu, nessa ocasião, teve um momento de hesitação : “Não o assine, Isabel. É o fim da monarquia”. Ao que ela respondeu: “Assiná-lo-ei, Gaston. Se agora não o fizer, talvez nunca mais tenhamos uma oportunidade tão propícia. O negro precisa de liberdade, assim como eu necessito satisfazer ao nosso Papa e nivelar o Brasil, moral e socialmente, aos demais países civilizados”.(3)
Depois da assinatura realizou-se grande festa no Rio de Janeiro, com grandes aclamações do povo. Estando a Princesa Isabel junto ao barão de Cotegipe na janela do palácio — o barão a estimava, embora estivessem em desacordo na questão da escravidão — ela perguntou-lhe: “Então, Senhor barão, V. Excia. acha que foi acertada a adoção da lei que acabo de assinar?”. Ao que o barão, com muito carinho, respondeu: “Redimistes, sim, Alteza, uma raça, mas perdestes vosso trono...”(4)
D. Pedro II nesse momento estava em Milão, muito doente e com a perspectiva iminente de morte. Mas a 22 de maio ele sentiu certa melhora, e a Imperatriz teve a coragem de lhe dar a notícia da Abolição. Diz Heitor Lyra: “Enchendo-se de coragem, debruçada sobre a cabeceira do marido, deu-lhe com brandura a grande nova. O Imperador abriu lentamente os olhos emaciados e depois perguntou como quem ressuscitava: ‘Não há mais escravos no Brasil?’. ‘Não – respondeu a Imperatriz – a lei foi votada no dia 13. A escravidão está abolida’. ‘Demos graças a Deus. Telegrafe imediatamente a Isabel enviando-lhe minha bênção e todos os agradecimentos para o País’. Houve um momento de silêncio. A emoção dos presentes era grande. Virando-se lentamente, o Imperador acrescentou, numa voz quase sumida: ‘Oh! Grande povo! Grande Povo!’ O telegrama que foi mandado à Princesa Isabel tinha o seguinte teor: ‘Princesa Imperial. Grande satisfação para meu coração e graças a Deus pela abolição da escravidão. Felicitação para vós e todos os brasileiros. Pedro e Tereza’”.(5)

Apesar de tudo, continua a detração contra a monarquia
Leão XIII
O Papa Leão XIII resolveu premiar a Princesa Isabel com a maior distinção que os Soberanos Pontífices davam a chefes de Estado e a pessoas de grande relevo, nas ocasiões em que adquiriam méritos especiais. Enviou-lhe a Rosa de Ouro, que foi entregue a 28 de setembro de 1888, no 17o aniversário da promulgação da Lei do Ventre Livre. A data foi escolhida pelo próprio Núncio Apostólico, para a cerimônia que se realizou com toda magnificência na capela imperial. Entretanto, apesar de tudo, continuou a campanha de detração contra a monarquia, agora dirigida especialmente contra o Imperador: o velho está gagá; ele dorme o tempo todo; o Conde d’Eu e a Princesa Isabel vão se tornar tiranos aqui. Uma série de calúnias foi espalhada por todo o País.
A 15 de novembro, os militares que estavam no Rio de Janeiro — eram minoria, representavam um terço do Exército brasileiro — proclamaram a República. O golpe foi totalmente alheio à vontade do povo. Tanto que os republicanos embarcaram a Família Imperial rumo ao exílio, à noite, para que não houvesse reação popular. Na partida, a Princesa Isabel passando junto à mesa onde havia assinado a Lei Áurea, bateu nela o punho fechado e disse: “Mil tronos houvera, mil tronos eu sacrificaria para libertar a raça negra”.
D. Pedro II recusou 5 mil contos de réis — cerca de 4 toneladas e meia de ouro, uma fortuna — que lhe ofereceram os revoltosos, porque, dizia, o novo governo não tinha direito de dispor assim dos bens nacionais. Da. Teresa Cristina, mal chegando a Portugal, morreu de desgosto no Grande Hotel do Porto. Eu lá estive há alguns anos, quando o hotel inaugurou uma placa em memória dela. E D. Pedro II faleceu a 4 de dezembro de 1891, no Hotel Bedfor, em Paris, onde uma placa recorda o passamento do ilustre hóspede. Tal era o prestígio que cercava sua pessoa, que a República francesa concedeu-lhe funerais completos de Chefe de Estado.
Uma rainha, uma fada com a bondade brasileira
Conde d’Eu possuía um castelo na Normandia, mas ele e a Princesa Isabel compraram um palacete em Boulogne-sur-Seine, que é um nobre bairro periférico de Paris. Lá ela abria seus salões para os brasileiros que iam visitá-los. E não só isso. Conseguiu se impor na sociedade parisiense a tal ponto, que várias memórias de personalidades da época a apresentam quase como uma rainha daquela sociedade. Era tida mesmo como a principal personagem. Somente ela e o presidente da República podiam entrar de carruagem no pátio interno da Ópera de Paris.
Uma hindu, que se tornaria mais tarde Maharani de Karputhala, escreve em suas memórias que ela via a Princesa Isabel como uma verdadeira rainha, uma fada. Não só isso — rainha e fada — mas também com toda a bondade brasileira e católica, característica da Princesa Isabel. A Maharani narra que, quando menina, de passagem pela capital francesa, teve uma crise aguda de apendicite. Operada com os recursos incipientes da época, passou longa convalescença no hospital. A sociedade parisiense toda, curiosa, ia visitá-la. Ela dizia que se sentia um bichinho exótico, que as pessoas iam vê-la como num zoológico. E a única que foi visitá-la com bondade e para lhe fazer bem foi a Princesa Isabel. Ela conta que minha bisavó aproximou-se do seu leito, agradou-a muito, acariciou-a e consolou-a. E no fim, disse: “Minha filha, eu não sei que religião você tem. Mas sei que há um Deus que ama todas as crianças do mundo. Aqui está uma imagem da mãe d’Ele. Guarde-a consigo, e quando você estiver numa grande aflição, peça a Ela para interceder junto ao seu Filho”. Infelizmente a Maharani não se converteu à Igreja Católica, permaneceu pagã até o fim da vida, mas nos momentos de apuro ajoelhava-se diante da imagem de Nossa Senhora, que a Princesa Isabel tinha lhe dado. Porque sabia que seria atendida.
Santos Dumont, testemunha da bondade da Princesa
Santos Dumont voa no 14 Bis

Santos Dumont, nessa época, realizava suas experiências em Paris. Sabendo que ele passava muito tempo no campo onde fazia seus experimentos, a princesa mandava-lhe farnéis a fim de que ele não precisasse voltar à cidade para almoçar. Certa vez, escreveu-lhe: “Sr. Santos Dumont, envio-lhe uma medalha de São Bento, que protege contra acidentes. Aceite-a e use-a na corrente de seu relógio, na sua carteira ou no seu pescoço. Ofereço-a pensando em sua boa mãe, e pedindo a Deus que o socorra sempre e ajude a trabalhar para a glória de nossa Pátria. Isabel, Condessa d’Eu”. Santos Dumont usou a medalha por toda a vida. E noutra ocasião disse-lhe: “Suas evoluções aéreas fazem-me recordar nossos grandes pássaros do Brasil. Oxalá possa o Sr. tirar de seu propulsor o partido que aqueles tiram de suas próprias asas, e triunfar para a glória de nossa querida Pátria”.
Muito tocante também é o fim da carta que ela escreveu ao Diretório Monárquico para anunciar os casamentos de seus filhos mais velhos. O Diretório era composto pelo Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, pelo Visconde de Ouro Preto e pelo Conselheiro Lafayette de Oliveira. A carta é datada de 9 de setembro de 1908: “Minhas forças não são o que eram, mas o meu coração é o mesmo para amar a minha Pátria e todos aqueles que lhe são dedicados. Toda a minha amizade e confiança”. Era o jeito brasileiro, a bondade brasileira perfeitamente encarnada naquela nobre dama.
Mesmo longe do Brasil, tudo fazia para engrandecer o País
Princesa Isabel e o Conde d’Eu com seu neto Dom Pedro Henrique
Outra amostra de seu profundo interesse pelo Brasil está registrada numa carta ao Cons. João Alfredo. O Banco do Brasil –– não me recordo em que mandato presidencial ocorreu o fato –– estava num descalabro republicano: desordem total, contas que não estavam acertadas, funcionalismo completamente rebelde. E o presidente da República de então concluiu que o único que teria inteligência, força, garra e pulso para pôr ordem naquela situação seria o Cons. João Alfredo, e o convidou a assumir a presidência do Banco do Brasil. João Alfredo respondeu: “Eu sou monarquista, e portanto só posso aceitar esse cargo se a minha Imperatriz autorizar”. Escreveu à Princesa Isabel, explicando o caso. E ela respondeu-lhe: “Para o bem de nossa Pátria, o Sr. deve aceitar”. João Alfredo assumiu a presidência do Banco do Brasil, pôs em ordem o funcionalismo e acertou a contabilidade. Pagou todos os atrasados, todas as dívidas, deixando tudo em perfeito estado. Depois pediu demissão e morreu pobre, pois não recebeu nada por aquela importante gestão.
Em carta à irmã de um monarquista eleito deputado, Ricardo Gumbleton, de tradicional família paulista, o qual não queria aceitar o cargo de deputado, a Princesa observa: “Não concordo, absolutamente! Diga a seu irmão que ele deve aceitar a cadeira de deputado e propugnar pela grandeza moral, econômica e social de nossa Pátria. Não aceitando é que ele estará procedendo de maneira contrária aos interesses da coletividade. Não nos deve importar o regime político sob o qual esteja o Brasil, mas sim conseguir-se colaboradores de boa vontade capazes de elevar o nosso País. De homens como ele é que o Brasil precisa para ascender mais, para fortalecer-se mais. Faça-lhe sentir que reprovo sua recusa”.(6) Esse fato revela uma vez mais que ela procurava colocar o bem do Brasil acima dos próprios interesses.
Na França, representou o que havia de melhor do Brasil
 
Em março de 1920, após as exéquias de seu filho Dom Luiz, vemos a Princesa Isabel (à frente, no grupo da esquerda)
Ela ainda viveu até 1921. Cada vez mais fraca, mas conservando sempre aquela grande classe, aquele grande porte que a caracterizava. Em suas fotografias no exílio, ela mantém um porte imperial que não apresentava aqui no Brasil. No infortúnio, a noção da sua missão foi se cristalizando cada vez mais. E realmente, nessas fotografias, sua atitude era de uma imperatriz. No batizado de meu pai, ela manifesta uma nobreza e uma categoria impressionantes. E foi assim até o fim da vida.
Morreu sem poder voltar ao Brasil. Representou na França o que havia de melhor do Brasil. Muito mais do que nosso corpo diplomático, muito mais do que nossos homens de negócio, ela foi um exemplo do que o Brasil era ou deveria ser. E a França entendeu isso. Assis Chateaubriand escreveu, em Juiz de Fora, a 28 de julho de 1934: “Apagada a sua estrela política, depois de vencida a tormenta da abolição, ela não tinha expressão dura, uma palavra amarga para julgar um fato ou um homem do Brasil. No mais secreto de seu coração, só lhe encontrávamos a indulgência e a bondade. Este espírito de conduta, esse desprendimento das paixões em que se viu envolvida, era a maior prova de fidelidade, no exílio, à pátria distante. Mais de 30 anos de separação forçada não macularam a alvura dessa tradição de tolerância, de anistia aos agravos do passado, que ela herdara do trono paterno. [...] Foi no exílio que ela deu toda a medida da majestade e da magnanimidade do seu coração. [...] Ela viveu no desterro [...] como a afirmação de Pátria, acima dos partidos e dos regimes. Debaixo da sua meiguice, da sua adorável simplicidade, quanta fortaleza de caráter, quanto heroísmo, quantas obras valorosas”.(7)
Faleceu no castelo d’Eu. Apagou-se suave e docemente. A República reconheceu o que o Brasil tinha perdido. O presidente Epitácio Pessoa determinou três dias de luto nacional, e que fossem celebradas exéquias de Chefe de Estado. Também a Câmara Federal votou que seu corpo fosse trazido para o Brasil num vaso de guerra, o que só se realizou em 1953. Em 13 de maio de 1971, seu corpo e o do Conde d’Eu foram transladados solenemente à catedral de Petrópolis, e lá repousam à espera da ressurreição dos mortos e do Juízo final.
Essa foi a insigne mulher que nosso Brasil registra em sua história. Ela não foi uma intelectual. Foi princesa e patriota até o fundo da alma. Uma senhora que tinha consciência de ter nascido para o bem de um País. E encarnou essa missão na Pátria e no exílio até o fim de sua existência. Foi um modelo de princesa, de imperatriz e de católica. Ela foi o tipo perfeito de grande dama brasileira.

Dom Luiz de Orleans e Bragrança


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Marcha contra a Corrupção??? Afinal, que país é este?

Que país é este que junta milhões numa marcha gay, numa marcha à favor da maconha, numa marcha contra a corrupção (Uepa! Corrupção? Estranho...até mesmo os corruptos são contra a corrupção...ou acham que eles admitem que são corruptos?...rs), mas...não se mobilizam, claramente, contundentemente, para uma grande marcha:

- contra o Kit Gay, uma imoralidade que descaracteriza nossas crianças com o combate que fazem à heteronormatividade;

- contra o PNDH-3 que cerceia a nossa liberdade e que cria verdadeiros conselhos (soviets) em substituição ao Parlamento;

- contra a ligação PT-FARC, cuja parceria favorece o tráfico de drogas que financia este governo corruPTo;

- contra o MST, um movimento guerrilheiro disfarçado que destrói nossas lavouras, favorecendo (propositadamente) uma futura - e não remota - fome no país (lembre-se da Ucrânia) e cuja organização é um atentado direto à propriedade privada;

- contra o Aborto que não dá nem para comentar tamanho absurdo;

- contra as mais de 50 mil mortes/ano por homicídio no Brasil;

- contra o extermínio de crianças indígenas, porque "tem que respeitar a cuRtura deles";

- contra o descaso dos governantes deste país com relação às enchentes que acabam com muitas vidas e com relação a falta de segurança nas escolas, onde entra qualquer pessoa e mata nossos filhos;

- enfim, contra coisas que estão acontecendo em um governo de esquerda, aqui no Brasil, representado pelo PT e que afetam nossas VIDAS! - nossa integridade física, mesmo!


 Vamos dar o DEVIDO NOME aos bois safados os quais queremos combater! E  vamos nos identificar também! Sem essa de MSP ("Movimento dos Sem Partido")! Até gente com camiseta do Chê estava neste "movimento", poh! Olhem no final deste vídeo (min 1:14)


 E mais: cartazes com slogans de "revolução é você"??? Revolução houve em Cuba. Revolução está acontecendo na Venezuela. Revolução fazem estes decrépitos esquerdistas que estão agora no poder. Dilma lutou pela Revolução! É isso que nós queremos? Ou a Contra-Revolução? Vejam na foto!
 Quem somos nós, afinal? Uma massa amorfa e sem nome que quer combater algo inespecífico, genérico?

 No caso desta Marcha contra a Corrupção, como disse antes, ficar bradando contra a corrupção é inútil! Quem brada a favor? Ninguém! Nem mesmo quem a pratica! Isso é um movimento ideologicamente covarde, não antagoniza com ninguém, só grita slogans contra males reconhecidos. Para o governo do PT, essas manifestações são ótimas: ele capitaliza em cima, mostrando que "nunca antes na história desse país, se prendeu tantos corruptos" e blá-blá-blá!!! Vejam:

 "O presidente da Câmara, Marco Maia, considerou normal a manifestação contra a corrupção. Para ele, faz parte do processo democrático inclusive a colocação de barreiras para que a presidente Dilma não visse o protesto:

- O governo tem sido o maior batalhador para que a malversação do dinheiro público seja investigada, seja atacada. Não tem nenhum constrangimento. Pelo contrário: reforça a política que o governo tem feito nestes últimos anos de combate à corrupção."


 Ora, isso é uma manifestação "genérica"! Manifestação "contra a corrupção", "contra o preconceito", "contra o câncer de mama", "contra a violência"...é de dar risada! Isso não é manifestação contra nada, nem contra ninguém! A sociedade, organizada em militância lúcida, consciente, séria, deveria se posicionar CLARAMENTE contra os desmandos totalitários do governo DILMA DO PT (de Lula) e quejandos; não contra bandeiras reprováveis de "per si"! Um movimento ou manifestação com cara, com assinatura, tomando partido, SIM!!! Sem medo, com coragem! Isso seria digno de respeito!

 É óbvio que a corrupção precisa ser punida com todo o rigor. Mas não podemos perder o bom senso! Chamar corrupção de crime hediondo??? Hediondo é a mortandade criminosa que ocorre embaixo dos nossos narizes e que fingimos não ver.

 Sim, a corrupção é um mal, sem dúvida e precisa ser combatida! Mas alguém espera o quê deste governo corruPTo com laivos de socialo-comunismo? Querem negociar com bandidos?

 Acho engraçado...o dedo na ferida, ninguém coloca! Ninguém quer se incomodar...

 Fico com vergonha de ver nosso povo só se levantar APENAS quando tocam no seu bolso! - e foi SÓ porque estão tocando no seu bolso! Mas, quando se trata de vidas humanas, por exemplo, ninguém se mexe...muito menos quando se trata de lutar-se pela própria liberdade...

Martin Niemöller, símbolo da resistência aos nazistas escreveu em 1933: "Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei . No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar..."


Bem, já devem ter percebido que tem certas coisas que me tiram a paciência: uma delas é a burrice; a outra, a desonestidade.

Há quem ache que a realidade é bem oposta. Que o não manifestar-se não quer dizer que não existe.

Desculpem-me, mas o fato de ser silenciosa é sinônimo fático de "não existir", sim! No frigir dos ovos, não existe!

Vejam: os escravos, nas senzalas, também remoíam-se de dor e indignação contra a escravidão, mas ao raiar do sol, iam para a lavoura e, depois, voltavam para o cativeiro. Esta, tem sido a "reação" da sociedade brasileira: uma indignação silenciosa, de escravo indignado em silêncio.

Isso não é reação; é mera indignação filosófica.

Acham que não é muito sábio demolir a única coisa que existe contra o PT e o governo; no caso, uma marcha contra a corrupção.

Dizem que não se deveria condenar ou atacar uma manifestação destas...ao contrário, incentivar!

Em primeiro lugar, nem tem como condenar uma manifestação contra a corrupção. Uma manifestação que prega contra a corrupção prega contra o erro. Não tem como condená-la em si, já que o que ela combate, em si, é errado.

No entanto, em que ela contribui contra o projeto totalitário do PT?

A manifestação, na mais otimista das interpretações, teria que partir do pressuposto de que a sociedade relaciona, automaticamente e claramente, a corrupção ao PT. Mas, realisticamente, isso não é verdade.

Então, por que não rasgar o verbo? Por que não dizer, claramente, ser contra a corrupção DESTE governo, que sequestrou, para sempre, a "inocência" do Brasil???

Querem corrupção maior do que se aliar a narcoterroristas???

Em segundo lugar, penso que a esta altura da situação, atacar é dar um brado de alerta. Serve de advertência aos de boa-fé e de reprimenda aos mal intencionados. Incentivar movimentos amorfos, insípidos e inodoros, apenas por incentivar, pode ser trágico. Acho, inclusive, que incentivar é dar vitória ideológica aos repetidores de slogans "genéricos", é recusar-se a uma postura mais vigorosa, é aceitar a castração...

Sendo eu intolerante com a falta de atitude...rs...sou mais por uma sacudidela nos ombros dos bem intencionados como quem diz: "quer se posicionar? Faça-o com clareza e sem medo!".

Nesta seara uma má manifestação não é melhor que "manifestação nenhuma". Uma má manifestação é "manifestação nenhuma"; acaba sendo cooptada pela esquerda e ainda usada como escada para seu etapismo.

Essa gente do PT é profissional! Não são amadores! Sabem lidar bem com propaganda e com contra-propaganda – como já fizeram - e não duvido que revertam, inclusive, tais manifestações, em manifestações de apoio às ações da Polícia Federal contra a corrupção, assim como tentaram capitalizar o massacre da escola do RJ em prol do desarmamento.

Ou seja: Essa gente é como bandido comum. Não dá para negociar. Ou você parte para cima deles com força, com virilidade ideológica, ou eles nos engolem.

Então, penso eu, a campanha tem que ser bem nítida.

Os esquerdistas, durante o regime militar, não faziam campanha pela "liberdade", pela "paz", pelo "pluripartidarismo". Eles faziam campanha contra os militares, "abaixo a ditadura", "fora com os gorilas", dentre outros epítetos!

Ao meu ver, tem que se assumir uma postura, mostrar ao governo que há uma militância LÚCIDA, que sabe MUITO BEM o que está acontecendo (como quem diz ao governo: tu não me enganas!).
Penso que é assim que deixaremos o governo e seu projeto totalitário sem saída, sem respostas, tal como Dilma ficou sem respostas durante a campanha, no que dizia respeito ao aborto, por exemplo.

É preciso colocar essa gente a nu! Aí é que eles se atrapalham!

Manifestação, já que é para ser manifestação, tem que ser clara e corajosa! Bradar genericamente contra males genéricos não levará a nada...

Pois bem, houve quem achasse que eu peguei pesado, como eu disse antes: que eu deveria incentivar um movimento assim, ainda que trôpego, pois a população "parece acordar, parece se recuperar de um estado doentio".

Sim, começando a recuperar-se. Mas, no caso dessas manifestações, nada indica que sejam elas um começo de "recuperação" - nem um começo! Se não se posiciona contra o governo e seu projeto totalitário, não é recuperação de nada, e ainda passa a impressão de que não enxerga no governo uma fonte de corrupção, já que não se posiciona contra o governo.

Ah, “incentivá-la a fazer melhor”...mas eu acho que assim os levará a "ir cada vez melhor para os braços da esquerda", porque a esquerda coopta tudo o que não é frontalmente contra ela! Mesmo o bem intencionado "democrata" acaba cooptado pela esquerda. Então, é necessário posicionar-se com clareza. Caso contrário, é ir cada vez melhor para os braços da esquerda. É o que eu acho...

Pois, por que que, em relação ao Collor, as manifestações (lideradas pelo PT) não foram "apenas" contra a corrupção? Não! Foram contra o Collor e seu governo, foram pelo seu impeachment, pela sua destituição da Presidência!

Eu acho que se esse pessoal do PT for imprensado, desmascarado, não terão o que fazer, senão recuar. A Dilma, na campanha, assistiu até missa. Fez sinal da cruz ao contrário, mas foi até lá...rs.

Gente covarde!

E por que não se assumiu como atéia? Não é gente que parta pra cima, não! Por isso que, se forem enfrentados, recuam.

O PT não consegue fazer tudo o que quer e acaba freando seus projetos, assim como a Dilma teve que vestir pele de cordeiro durante a campanha. Imagine, então, se a indignação silenciosa virasse, realmente reação.

E é assim que se enquadra bandido, é assim que se dobra petista e comunista totalitário.

Enfim, não vejo, nessas manifestações, nada contra o governo.

Se fosse uma manifestação ainda que incipiente contra o governo ou contra o PT, que fosse, eu concordaria, com certeza! Mas manifestação "contra a corrupção"? Poh! Isso é slogan esquerdista...rs...só falta ter o patrocínio do Greenpeace!

Lembrem-se: o PT se firmou, no imaginário coletivo brasileiro como o "partido da ética" e contra "os corruptos". Uma manifestação genérica contra a corrupção até lembra, aos brasileiros, a própria origem do PT...

Enfim, esta manifestação ou Marcha contra a "corrupção" não me cheira bem!...rs

domingo, 17 de abril de 2011

Brasil profundo: um Brasil que fica à margem da mídia e dos projetores da publicidade.

Eles estão no poder, sim! O quadro que se vislumbra não é dos melhores. Mas nem tudo está perdido!

Convido, porém, a todos os leitores para antes lerem este artigo que D. Bertrand de Orleans e Bragança escreveu às vésperas do 2º turno das últimas eleições para presidente, onde ele nos chama a atenção para este "Brasil profundo" - em suas palavras, "um amplo setor conservador do eleitorado sem legítimo porta-voz" - mas não tão ignorado pelos que estão agora no poder:



http://www.ipco.org.br/home/noticias/insurreicao-eleitoral


É verdade que a Dilma venceu. Mas não venceu por grande margem de votos. Não foi uma vitória arrebatadora. E mais mostrou que o Brasil está dividido.

Mesmo sem militância conservadora que preste, o Brasil não embarcou, "in totum", na aventura petista! Mesmo sem uma militância conservadora pra valer, mesmo com um inerme candidato como foi e é o Serra, que fez uma campanha modorrenta, ainda assim, o eleitorado se dividiu bastante...

A quê se deve isso?


"Não existirá também um Brasil profundo? Um Brasil que fica à margem da mídia e dos projetores da publicidade?" (D. Bertrand de Orleans e Bragança)

Penso que hoje, após estas últimas eleições, mesmo embaídos por utopias fracassadas, já não se negam a ver a realidade e nem ignoram a imensa rotação que se vai produzindo em importantes setores de uma nação que exerce papel decisivo no mundo e é presentemente o grande baluarte do Ocidente Cristão.

Nossa gente, de "per si", é conservadora, mas instintivamente conservadora. O povo brasileiro é conservador, só que não se dá conta disso e não tem uma clareza quanto a este ponto de vista.

Quando Lula se apresentava como ele realmente era e é, não conseguia nada. Com uma maquiagem quase "conservadora", mostrando-se como um moderado, até mesmo, um "moderador", vejam onde o povo o colocou!

Quando Dilma pousou de católica e anti-abortista, o povo a elegeu! Imagine se Dilma gritasse, à la Chavez: "Socialismo ou morte!"...acham mesmo que ela ganharia as eleições?

Ao invés de ares totalitaristas, Dilma foi à Missa. Atrapalhou-se com a liturgia, representou o papel de católica como canastrona, mas teve de fazê-lo para não perder as eleições. Teve de mostrar-se "religiosa", ainda que entre aspas, mas "religiosa". Senão, ofenderia o Brasil verdadeiro. Senão, perderia as eleições.

Por que não se disse atéia e socialista? Por que não se disse, escancaradamente, atéia, abortista e socialista?

Vejam, o Estado pode ser laico, mas nossa sociedade está longe de ser atéia! E, ainda por cima, é de maioria cristã, majoritariamente católica apostólica romana! Gostem ou não os gramscistas!

O que falta para o brasileiro é conscientização! É um povo facilmente manipulável. E os comunistas gramscistas sabem muito bem disso.

E o que os gramscistas agora querem, como coroamento da revolução cultural é acabar, até, com o tal "conservadorismo instintivo" do nosso povo.

Por isso, investem no Kit-Gay para o ensino fundamental. Eles querem "formar", ou antes, "deformar" os brasileiros desde cedo.

Se conseguirem, aí, sim, o Brasil verdadeiro que conhecemos (aquilo que D. Bertrand chama de Brasil profundo), terá desaparecido.

Enquanto esse Brasil profundo existir, os gramscistas patinarão. Colecionarão algumas vitórias, mas nunca terão o poder absoluto que querem.


Vejam por exemplo o que aconteceu para que Dilma conseguisse a vitória:

O programa de governo da Dilma incluía, totalmente, o PNDH-3. E este programa foi registrado junto ao TSE no último dia para isso. Foi registrado de manhã. À tarde, a coordenação de campanha foi ao Tribunal e trocou o programa, amenizando-o substancialmente.

Isso não nos deve fazer crer que eles se "emendaram". Foi só uma mudança de tática e estratégia. Mas foi necessário para eles, porque com aquele plano, ela perderia as eleições.

Eles jogam na certeza de manipulação do povo, vestindo rapidinho uma pele de cordeiro e apostando que conseguem, assim, enganar os eleitores.

Claro que isso tudo não é "vantagem", mas é um sinal. Um sinal de que nem tudo está perdido e temos como reverter!

Essa cambada precisa se colocar em pele de cordeiro para ser aceita - o que significa que nosso povo não está tão moralmente dominado como estão os povos da Venezuela, Bolívia e Equador, por exemplo.

Dilma tem muito, muito a seu favor, mas nem tudo!

Se tentar passar o aborto ou a eutanásia pelo Congresso, a sociedade irá protestar, como protestou contra o PNDH-3.

Por que o PNDH-3 já não é uma realidade? Porque houve gritaria da sociedade - bem ou mal, mas houve!

Essa esquerdalha sabe que no Brasil, por pior que seja nossa situação, não dá para meter o pé na porta e arrombar tudo...

Esse PNDH-3 já era para estar implantado!!!

Essa cambada petista gramscista está no poder, sem dúvida! Mas eles não estão absolutamente tranquilos, não.

São espertos, mas não inteligentes... e isso conta a nosso favor!

Lula que - diziam - elegeria até um poste, não conseguiu eleger a Dilma "de qualquer jeito". A Dilma teve que se amoldar, ainda que de fachada, ao Brasil verdadeiro, ao Brasil profundo de D. Bertrand.

O PNDH-3 é um paradigma!

A reação foi certeira - e olhem que ainda foi tímida! Mas já frustrou a implantação do plano no próprio governo Lula, como era o objetivo.

Ah, mas agora tem o Kit-Gay, a campanha à favor do Desarmamento...

Sim, fazem volteios para conseguirem o que querem. Porém a necessidade de terem de fazer estes volteios, é sinal de que estamos vivos e reagindo! Eles estão encontrando reação! Não a reação ideal, mas há uma reação.

Os gramscistas-petistas têm conseguido muita coisa, mas com a reação certa, muito pode ser impedido neste país que temos.

O Brasil é um grande país, praticamente um continente inteiro! Não é como "dominar" a Venezuela ou o nanico Equador.

Penso que muito do que nos salva é nossa dimensão territorial - bendita herança de D. João VI e D. Pedro I! Fôssemos do tamanho do Uruguay, "já era"!

Claro que se ninguém reage, eles acabam conseguindo mesmo, pois eles só conseguem ascender a algum poder se disfarçando.

E nossa reação na internet (Twitter, Facebook, Blogs etc) mostrou seus efeitos!

Eu acredito que é preciso uma injeção de otimismo em nossa gente, principalmente em NOSSA GENTE (os conservadores).

Não é um otimismo à la Polyana...de modo algum!

É reconhecer a gravidade da situação, com os gramscistas no governo e na máquina do Estado, como o estão, mas que só estão por que se disfarçam - o que revela que o radicalismo que professam não encontra eco no Brasil verdadeiro. Ou seja: ainda há um Brasil; ainda há uma pátria!

A campanha contra o PNDH-3 é uma prova da organização, ainda que muito tênue da sociedade contra o arbítrio, que fez com que esse projeto fosse frustrado.

Sabemos que outras tentativas virão.

Não me iludo, por exemplo, tal qual Ives Gandra, que já dá a luta como "ganha" não!

Eles voltarão à carga, inclusive com o PNDH-3. Mas também encontrarão, talvez, uma resistência ainda mais madura a essa sandice comunista!

Sim, porque o Brasil verdadeiro, o tal "Brasil profundo" de D. Bertrand é contra o aborto, fundamentalmente, porque é o herdeiro da Cristandade, do Catolicismo que nos foi legado desde o descobrimento!

É claro que não podemos "dormir em berço esplêndido" sobre essa realidade, porque essa cambada está trabalhando, diuturnamente, justamente para mudar essa realidade e formar gerações de brasileiros já divorciados do legado do Brasil profundo ainda vigente.

Temos de nos mobilizar!

Mas não podemos dizer que estamos vendidos. Não estamos derrotados. E nem subestimemos nossa capacidade de reação! Sim, reação!

Sejamos orgulhosamente reacionários!

Ser reacionário, neste caso, é reagir contra a destruição não só do Brasil, mas de toda a civilização que o lastreia.

Portanto, antes de nos ofendermos, tenhamos orgulho de sermos chamados de direita reacionária.

Somos de Direita, opostos da esquerda! E reacionários, pois reagimos à tentativa de dominação totalitária!

Negar isso, é dar a vitória ideológica ao inimigo!

É negar o nosso Brasil profundo! Um Brasil marcadamente majoritário, em contraste com um Brasil de superfície, cosmopolitizado e afinado com as últimas modas, indumentárias, ideológicas ou outras, segundo as palavras de advertência de Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Projeto de Constituição Angustia o País”:


“À medida que o Brasil de superfície caminhe para a extrema esquerda, irá se distanciando mais e mais do Brasil de profundidade. E este último irá despertando, em cada região, do velho letargo. E de futuro os que atuarem na vida pública de nosso País terão de tomar isso em consideração. E, em vez de olharem tão preponderantemente para o Brasil cosmopolitizado que se agita, terão de olhar para o Brasil conservador que constitui parte da população dos grandes centros e se patenteia mais numeroso na medida em que a atenção do observador desce das grandes cidades para as médias, das médias para as pequenas e destas últimas, já meio imersas no campo, para nossas populações especificamente rurais”.

E essa é a idéia que eu queria passar a todos: ainda há uma pátria! Um Brasil profundo que deve ser considerado e que precisa tomar posição! Precisa acordar!

É esse Brasil profundo, que, coerente com nosso hino, ainda dorme em "berço esplêndido', mas precisa ser despertado!

domingo, 27 de março de 2011

Apenas 50 mil mortes anuais por homicídio no Brasil?

COMENTA-SE POR AÍ:

que no Brasil há cerca de 50 mil mortes anuais por homicídio...será isso mesmo?

Conversando pelo MSN com um advogado de SP sobre uma matéria postada neste link abaixo, onde começa por afirmar que "O Estado de São Paulo ainda comemora a queda nos números de homicídios [...]", ele me esclareceu muitas coisas, mostrando que estas estatísticas estão longe de estarem corretas...


http://flitparalisante.wordpress.com/2011/03/24/sao-paulo-nao-esclarece-a-maioria-dos-crimes/


Advogado de SP: sabe pq SP está reduzindo muito os homicídios?
ou melhor: sabe "como"?

Comenta-se por aí: nem imagino...rs

Advogado de SP: as estatísticas são feitas com base nos Boletins de Ocorrência, ou seja, na classificação inicial dos crimes, não na investigação que se segue a essa classificação.
então, a Secretaria pressiona os delegados a registrar homicídios, inicialmente, com títulos não de "homicídio", mas títulos assim: "morte a esclarecer", ou então, "encontro de cadáver".
daí nao consta dos autos...
depois, instaura-se Inquérito (investigação) sobre o homicídio e com o título de homicídio, mas esses casos já entraram para a estatística com títulos diferentes de "homicídio".
logo, os homicídios estão "caindo"...rs

Comenta-se por aí: então não deve ser só 50 mil mortes p ano...deve ser bem mais...

Advogado de SP: muito mais!
sem contar outra coisa: homicídio é quando o criminoso vai e mata a vítima. Só.
se o criminoso rouba alguma coisa ou tenta roubar, já entra na tipificação de "latrocínio"; latrocínio tentado ou consumado, mas latrocínio.

Comenta-se por aí: sim, é verdade...

Advogado de SP: veja: o crime de HOMICÍDIO está presente, no Código Penal, no capítulo "Dos Crimes Contra a Vida" (artigo 121 do Código Penal), enquanto o LATROCÍNIO está presente na parte "Dos Crimes Contra o Patrimônio" (artigo 157, §3º do Código Penal).
o autor de homicídio doloso, por exemplo, é julgado pelo Tribunal do Júri (7 jurados do povo decidem se o réu deve ser condenado ou absolvido); já o autor de latrocínio é julgado pelo Juiz singular.
são crimes diferentes, juridicamente, com ritos processuais diferentes para sua apuração e punição, em Juízo.
por isso, ficam também distantes um do outro nas estatísticas.
porém para a imprensa, o que interessa é dizer: os homicídios (assasinatos, para o leigo) estão despencando...

Comenta-se por aí: e por aí enganam o povo!

Advogado de SP: lógico! Registra-se tudo como morte a esclarecer e encontro de cadáver e ainda são excluídos os latrocínios...

Comenta-se por aí: eu já me apavoro com o quadro atual...agora sabendo disso....

Advogado de SP: e o grande crime que apavora a população é, no fundo, o latrocínio e nem é o homicídio propriamente dito.
o cidadão que sai às ruas tem medo de ser assaltado e, nas mãos do assaltante, ser morto. Isso é latrocínio.
o maior medo do cidadão é ser, em suma, vítima de latrocínio.

Comenta-se por aí: e quase sempre ocorre homicídio após o roubo...na maioria das vezes! Ou seja, o latrocínio!

Advogado de SP: homicídio ou é vingança ou é briga de momento ou é crime passional.
esse "homicídio" após o roubo, juridicamente, é latrocínio, que não é considerado "crime contra a vida", mas "crime contra o patrimônio agravado pelo evento morte"...

Comenta-se por aí: sim...então, não entra nas estatísticas também...

Advogado de SP: sim, não entra nas estatísticas de homicídio.
mas nesse tipo de crime, a vida do cidadão também perece...
isto porque a estatística é feita com base no B.O. Assim, os homicídios caem mesmo.
mas, caem na estatísica, apenas.
isto, sem contar os latrocínios, em item separado da estatística.
e dar nomes de "Encontro de Cadáver" ou "Morte a Esclarecer" não deixa de ser algo errado, pois tais nomenclaturas não constam do Código Penal, sendo verdadeiros "jeitinhos" para encobrir os homicídios reais (isto sem contar, novamente, os latrocínios).

 
Comenta-se por aí: um absurdo q isso não seja computado!

Advogado de SP: essa área de polícia e segurança pública é extremamente cheias de peculiaridades...


Comenta-se por aí: mas a maioria do povo brasileiro não sabe disso
pois também comenta-se que, no RJ, por exemplo, diminuíram os homicídios e aumentaram as tentativas de homicídio
e que, então, o que aumentou, foi a incompetência dos bandidos que, na hora de matar, ficam na tentativa.

Advogado de SP: não é bem assim. É que o indivíduo é mortalmente ferido. Mas, em não estando morto, a polícia registra o B.O. inicial como "homicídio tentado" (tentativa de homicídio)
20 minutos depois, no hospital, a vítima morre.
o caso já foi para a estatística como "tentativa" e vai continuar como tentativa na estatística... entendeu?
 
Comenta-se por aí: então é leviano afirmar/comemorar que os homicídios estão despencando...

Advogado de SP: sim.
mas é pq se desconhece esse trâmite interno das secretarias de segurança
na verdade, se comemora uma queda de homicídios no RJ, mas as tentativas estão aumentando, ou seja, os criminosos continuam atirando na população
só que, "por acaso", os óbitos não estão se consumando tanto, mas a violência, em si, está alta, não havendo, portanto, o que se comemorar
e a Secretaria de Segurança pressiona os delegados para a estatística sair "bonitinha" perante a imprensa.

Comenta-se por aí: isso é revoltante, ainda mais, como diz nesta matéria (do link), q muitos dos casos não são resolvidos e, portanto, não tipificados...
fora aqueles casos, não menos graves, que nem sequer chegam ao conhecimento da própria Polícia...

Advogado de SP: sim. Daí, o governo estadual anuncia queda no nº de homicídios para induzir a população a entender que a polícia civil está esclarecendo mais crimes e que menos pessoas estão sendo mortas no estado.
mentira!
apenas os B.O.´s (registros iniciais das ocorrências policiais) é que apresentam nomes diferentes de "homicídio".

Comenta-se por aí: na prática, os cidadãos continuam perdendo suas vidas, quer pelo homicídio propriamente dito, quer pelos latrocínios...
já nas estatísticas...

Advogado de SP: exatamente. 
e olhe: no RJ, ao que parece, a "maquiagem" nas estatísticas se dá com a tipificação, nos B.O.´s, de "tentativa de homicídio", sem considerar-se quantas dessas "tentativas" transformaram-se em homicídios consumados (e sem se falar nada, também, nos latrocínios).
já em SP, a "maquiagem" é ainda um pouco pior, uma vez que se usa, no lugar de "homicídio" e de "tentativa de homicídio", outras titulações que nem sequer têm previsão legal, como as já supracitadas, quais sejam: "Encontro de Cadáver" ou "Morte a Esclarecer".

Comenta-se por aí: absurdo!

Advogado de SP: então, o que vemos nesta matéria é uma denúncia de que a polícia de SP não esclarece muitos crimes, ao contrário do que se apregoa...
porém, quando se fala em estatística e em esclarecimento de crimes, uma ressalva precisa ser feita: de que a PM não tem qualquer responsabilidade sobre isso...
registro de ocorrência, investigação, esclarecimento de crimes, estatísticas, etc. são de alçada da Polícia Civil.
a PM, literalmente, dá o sangue nas ruas.

Comenta-se por aí: que coisa, héin?
em suma, o que temos é bem mais de 50 mil mortes anuais no Brasil...

Advogado de SP: exatamente!