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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ação popular que dissolveu a URSS e seus satélites comunistas no século XX





Por Cristina Froes
 

Conforme prometi no artigo anterior, neste pretendo mostrar a forma com que os países subjugados ao regime genocida comunista da Rússia, se libertaram. Mostrar, principalmente, como o a população se levantou heroicamente contra aquela tirania, tendo à frente sua fé católica, orando e fazendo penitências conforme Nossa Senhora havia pedido em Fátima. E, sobretudo, mostrar que somente voltados à vontade de Deus obtemos a vitória.

Faço lembrar que, como no artigo anterior, estou a citar trechos do livro "A Ascensão e Queda da Revolução Comunista" de Warren H. Carroll. Para ilustração, deixei links sinalizados que tanto podem estar abaixo de algum parágrafo, como também estarem inseridos em alguma frase, sublinhados. Basta clicar neles.

A dissolução da União Soviética ocorreu em 25 de Dezembro de 1991. Sim, no dia do Natal! Na verdade, foi um processo gradual que se desenrolou de janeiro de 1990 a 31 de dezembro de 1991.  No entanto, há fontes que indicam que se deu oficialmente no Natal de 1991, com a renúncia de Gorbachev, conforme texto abaixo.
"On December 25, 1991, Gorbachev yielded to the inevitable and resigned as the president of the USSR, declaring the office extinct. [...] After the dissolution of the Soviet Union on December 25, 1991, Russia claimed to be the legal successor to the Soviet state on the international stage. To that end, Russia voluntarily accepted all Soviet foreign debt, and claimed overseas Soviet properties as its own." (https://web.archive.org/web/20070808145942/http:/en.wikipedia.org/wiki/Soviet_Union)


Carroll confirma:




“… Gorbachev resignou formalmente o seu agora extinto cargo de Presidente da União Soviética em 25 de Dezembro, o dia da transferência oficial de todo o poder da União Soviética para a República Russa no Kremlin, solenizada pela mudança de bandeira ao cair da tarde. Esta mudança ocorreu às 19h35. Fora matéria de sonho para alguns, que imaginavam como esta poderia acontecer num longínquo dia de glória, mas nunca o esperariam tão cedo. Iluminada contra a escuridão, a bandeira vermelha com o martelo e a foice embateu e estalou ao sopro do vento Ártico. Durante 74 anos, esta sobrevoou o Kremlin, vívido e terrível símbolo da revolução suprema da qual o Kremlin fora a sede. Agora os seus dias eram findos. O mundo assistiu-o na televisão. As câmeras focaram-na. Sob o foco das câmeras, o tricolor da Rússia pré-revolucionária estava pronto para se erguer. Assim que o sangrento estandarte do apocalipse humano desceu abanando pelo mastro do Kremlin sob as estrelas radiantes da noite de Natal, a revolução comunista no ocidente morreu.” (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 778)

A história nos mostrou que as políticas de liberalização - glasnost (abertura) e perestroika (reestruturação) - voltaram-se contra o governo soviético. Pois, a partir daí as pessoas que viviam no bloco comunista começaram a aderir às medidas adotadas, tornando inevitável a busca pela libertação da tirania comunista de forma implacável. Assim, vários países, pouco a pouco foram se libertando. Cito abaixo alguns deles.


Alguns exemplos:

Hungria

“Depois, em Maio [1989] o governo húngaro com perspectivas reformadoras deu um passo sem precedentes para um país comunista. Este abriu as fronteiras nacionais com a Áustria. As barricadas de cimento e arame farpado que mantinham o povo húngaro dentro da sua terra oprimida… foram destruídas… Em 7 de Outubro, a conferência do Partido Comunista Húngaro votou 1,005 contra 159 pelo abandonamento da ideologia Leninista e renomeou-se Partido Socialista Húngaro. Alguns dias depois, o parlamento húngaro dispensou o nome comunista imposto ‘República Popular’ à sua nação… O parlamento alterou a sua constituição de forma a poder abarcar um sistema multi-partidário. A eleição directa de um presidente foi aprovada… no trigésimo terceiro aniversário da insurreição de 1956, em 23 de Outubro de 1989, a Hungria proclamou-se oficialmente livre da dominação Soviética. Eleições livres ao parlamento foram organizadas em Março e Abril de 1990. Apesar do grande número de partidos, os comunistas, com apenas oito por cento dos votos, ficaram em quarto lugar. O historiador Jozsef Antall, líder do Fórum Democrático, tornou-se primeiro-ministro de um governo de coligação e não-comunista em Maio de 1990.” (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 735-736)

Ainda em relação ao regime imposto na Hungria, vale destacar um caso de corajosa resistência ao comunismo. Falo de József Mindszenty que foi um cardeal húngaro, que se opôs tenazmente a este regime. Preso pelo regime comunista em 1949 e libertado por ocasião da Contra-Revolução Húngara de 1956, obteve asilo na embaixada dos Estados Unidos até 1971. Antes de sair do seu país, disse aos que foram despedir-se: "Logo virá o dia em que o tempo presente será cancelado, por ter sido arrasado pela sua própria insipiência. A pretensão de construir um mundo sem Deus será sempre ilusória." O Cardeal faleceu no exílio, em Viena em 6 de maio de 1975. Seu corpo é exumado e encontrado incorrupto, após 16 anos de sua morte. Modelo a ser seguido pelos católicos húngaros, segundo o Papa João Paulo II. o Pontífice se referiu a ele como "verdadeira testemunha da fé durante a perseguição do regime comunista". Conheça o Cardeal no vídeo abaixo:





Cardeal József Mindszenty 

Com relação à insurreição - ou Contra-revolução húngara de 1956 - foi a primeira tentativa oficial de se libertar do dominação comunista da União Soviética. Foi um movimento espontâneo da população.  Este movimento durou de 23 de outubro até 10 de novembro de 1956. Mas alcançaram definitivamente a liberdade, em 1989. E foi um dos mais importantes sinalizadores da queda do Muro de Berlim e da derrocada da União Soviética. Abaixo, um pequeno documentário:

Contra-revolução húngara de 1956


Alemanha Oriental

“Pela rápida forma como o momentum de mudança estava a construir-se nos últimos quatro meses de 1989, parecia improvável para a maioria dos observadores que houvesse em breve qualquer alteração fundamental no estatuto da Alemanha Oriental comunista. A sabedoria convencional defendia que a União Soviética, até mesmo sob Gorbachev, não iria nem poderia deixar escapar esta grande parte da população e território do seu inimigo supremo de duas guerras mundiais, e certamente nunca permitiria a reunificação da Alemanha. O chefe da Alemanha Oriental, Erich Honecker, era o mais duro líder comunista à oeste da China… [ele] tinha governado o seu país artificial à mão-de-ferro durante os último dezoito anos. Ele esteve envolvido na construção do Muro de Berlim e deu muitas vezes ordens para ‘atirar a matar’ em qualquer um que tentasse atravessá-lo, por baixo ou por cima, ordens essas que tiraram as vidas de cerca de duzentos homens e mulheres que fugiam desesperadamente da sua tirania.
Na capital de Honecker, o Muro de Berlim servia como uma constante lembrança de que viagens para o Ocidente eram proibidas a todos excepto a uma minoria oficialmente favorecida na Alemanha Oriental. Mas viagens a ‘fraternas nações socialistas’ eram permitidas. O problema, para Honecker, foi que no fim do Verão de 1989 duas dessas nações — Polónia e Hungria — estavam a deixar de ser fraternalmente socialistas. A Hungria, em particular, era o local de férias favorito dos alemães orientais que tinham capacidade financeira de o fazer. E a Hungria tinha agora uma fronteira aberta com a Áustria, para além da qual localizava-se a Alemanha Ocidental.
Em Agosto, a embaixada da Alemanha Ocidental em Budapeste [Hungria] foi cercada de pessoas pedindo a entrada na Alemanha Ocidental e assistência na obtenção de documentos que os permitisse deixar a Hungria legalmente. Em 11 de Setembro, cansado de lidar com esses problemas externos enquanto as suas próprias mudanças importantes estavam a realizar-se, o governo húngaro anunciou que todos os alemães de Este então presentes na Hungria, e qualquer um que o quisesse fazer no futuro, poderiam atravessar a fronteira austríaca sem restringimentos. Então o dilúvio para o exterior começou.” (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 736-737)

“As notícias disto difundiram-se rapidamente. A seguir à Hungria era a Checoslováquia, em particular Praga, o destino de viagem favorito para os alemães de Este. A Checoslováquia estava ainda sob firme controlo comunista. Mas os seus líderes conseguiam ler os jornais; eles não queriam estrangeiros a causar problemas em tal período. Após vários milhares de turistas da Alemanha de Este terem inundado a embaixada da Alemanha Ocidental em Praga e terem acampado à volta desta, exigindo a passagem para a Alemanha Ocidental, as autoridades checas informaram o ministro das relações exteriores da Alemanha Ocidental que os deixariam ir se Honecker concordasse. Num momento de fantasia que ultrapassa a explicação racional, Honecker concordou com a absurda condição de que os comboios que carregariam os refugiados passassem pela Alemanha Oriental, selados. Isto resultou em cenas de mais e mais pessoas nas cidades da Alemanha Oriental a tentarem desenfreadamente entrar nos comboios selados enquanto passavam — cerca de dez mil em Dresden somente.
Em 3 de Outubro [1989], Honecker baniu todas as viagens para a Checoslováquia através da Alemanha Oriental. Mas ele não tinha muro na fronteira Checa; era um fraterno Estado socialista.” (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 738) 

“As cerimónias de aniversário deram-se em 8 de Outubro… o dia seguinte era Segunda-Feira — oração e manifestação na Igreja de São Nicolau em Leipzig. E neste dia havia não menos que cinquenta mil pessoas presentes, como se tivessem surgido da terra poluída da Alemanha Oriental. Honecker previra o acontecimento. Ele reuniu uma grande força de polícia secreta, polícia comum e soldados em Leipzig e forneceu-lhes munição real, com a instrução de usar qualquer força necessária para acabar com o protesto. Surgiu uma nova Praça Tiananmen. Mas a ordem para atirar não apareceu… Mas ele [Honecker] recusou-se inflexivelmente a renunciar o uso de força letal contra as massas. Num encontro crítico do Politburo da Alemanha Oriental em 10 de Outubro, apenas dois membros apoiaram Honecker nesta decisão. Até mesmo leais comunistas empedernidos da velha guarda argumentaram contra a ‘solução chinesa.’ (…) Honecker enfureceu-se em vão. Três dias mais tarde ele publicou uma vaga e não-característica declaração prometendo reformas económicas, mais bens de consumo e direitos de viagem expandidos… Em 16 de Outubro, numa Segunda-feira, a quantidade de manifestantes em Leipzig triplicou para cento e cinquenta mil. No dia seguinte o Politburo da Alemanha Oriental reuniu-se novamente… A maioria dos outros membros do Politburo sabiam que o jogo tinha acabado. Não haveria auxílio da União Soviética…
“Com as forças armadas da Alemanha Oriental, que nunca tinham dado um tiro por ira e não estavam nem nunca estiveram defendendo uma nação verdadeira, não se podia contar numa crise. Se as massas em Leipzig triplicaram para cento e cinquenta mil em uma semana, quantas mais poderiam lá estar na Segunda-Feira seguinte? Willi Stoph, o primeiro-ministro, de 75 anos de idade, fez o impossível. Stoph disse a Honecker que ele que tinha de renunciar. No dia seguinte ele fê-lo, alegando razões de doença… Se Honecker não conseguia manter o comunismo na Alemanha Oriental, ninguém mais conseguiria. O Partido, por tanto tempo e até recentemente tão omnipotente, desabou como um castelo de areia à chuva. Em 30 de Outubro, trezentas mil pessoas marcharam após as orações de Segunda-Feira em Leipzig; em 4 de Novembro, meio milhão manifestou-se pela liberdade em Berlim Oriental, exigindo limites ao poder do governo. Em 7 de Novembro, o governo inteiro da Alemanha Oriental resignou, e Honecker foi dispensado do Politburo…
“Dissolvidos no caos, alguns oficiais anónimos do governo emitiram uma declaração de que ‘viagens privadas para o exterior podem ser solicitadas sem cumprir requisitos.’ Ninguém sabia o que isso significava, inclusive provavelmente o oficial que o escreveu; porém, massas de pessoas que apareciam sobre o Muro de Berlim gritavam-na como um slogan, e os guardas de fronteira também não sabiam o que significava. No fim da tarde de 9 de Novembro, os agentes que os comandavam no Muro decidiram deixar passar as pessoas que faziam pressão. Por volta da meia-noite, centenas de milhares passavam pelos portões abertos, regozijando-se e celebrando vivamente, partindo pedaços do muro com martelos improvisados. Oficiais do governo abriram um grande buraco no muro na Potzdamer Platz. Em 11 de Novembro, não menos que um milhão de alemães de Este inundaram Berlim Ocidental a pé ou por qualquer outro meio de transporte… Ninguém mais tentava detê-los… Em 3 de Dezembro, o Politburo inteiro resignou e Honecker foi preso. O Partido [comunista] quase se auto-dissolveu completamente no local… a Alemanha Oriental encontrava-se agora sem futuro. No decorrer do ano de 1990, contrariamente a todas as anteriores expectativas e opiniões informadas, esta passou sem lamentos à história enquanto que a Alemanha foi completamente reunificada sem qualquer oposição significativa de ninguém, nem sequer do governo soviético.” (Warren H. Carrol, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 738-740)

Para mostrar os fatos acima citados posto abaixo um vídeo que, embora tenha um viés comunista, mostra o clima de alegria do povo da Alemanha Oriental ao se libertar daquele regime que tanto o oprimiu.

Queda do Muro de Berlim - 20 anos

Abaixo, mais outro vídeo de forma bem resumida:

Queda do Muro de Berlim - 25 anos

 Tchecoslováquia

“A queda do Muro de Berlim tocou o sino para o domínio comunista na Checoslováquia. Em 17 de Novembro, uma manifestação estudantil de dezassete mil na larga Praça Wenceslas em Praga exigiu a eliminação do ‘papel de líder’ do Partido Comunista Checoslovaco. As forças policiais agrediram alguns manifestantes, e a indignação pública escalou rapidamente…  Em 20 de Novembro, duzentas mil pessoas lotaram a Praça Wenceslas de uma ponta a outra a pedir por uma mudança de governo gritando ‘É isso o que queríamos! Está na hora!’ Todos os dias havia manifestação na Praça Wenceslas; todos os dias crescia o já grande número. Em 22 de Novembro, mais de um quarto de milhão gritou ‘fora! fora!’ enquanto o nome dos ministros do governo comunista eram mencionados… Em 27 de Novembro, praticamente o país inteiro juntou-se num ataque geral de duas horas, e o governo… declarou que o Partido Comunista Checoslovaco iria abandonar o seu ‘papel de líder.’ Mas Adamec [o primeiro-ministro] não se moveu rápido o suficiente; o governo ainda largamente comunista que ele propôs foi rejeitado por Havel e pelo Fórum Cívico, e em 7 de Dezembro ele renunciou ao cargo de primeiro-ministro, seguido, dois dias mais tarde, pela renúncia do presidente Gustav Husak… Um novo governo não-comunista foi instituído, e milhões de Checos e Eslovacos celebraram.” (Warren H. Carrol, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 740-741)

Mais uma vez coloco um vídeo com discreto viés comunista. Não se consegue encontrar bons vídeos em português. Ao menos, este menciona que o movimento foi liderado por católicos, entre outros grupos.

A Contra-Revolução na Tchecoslováquia - 25 anos

Neste outro, um relato em inglês do que foi a Contra-revolução na Tchecoslováquia:

Contra-Revolução de Veludo

Abaixo mostro um vídeo mais humorado e leve de Praga pós Contra-revolução de Veludo. Achei interessante porque mostra o quanto a população tem noção de que a beleza nos leva à Deus - e isso é bem demonstrado através da arte - e que a feiúra representa o mal como é o comunismo. Reparem:

Praga pós regime comunista





Bulgária

“No dia em que o Muro de Berlim caiu, houve uma mudança na liderança comunista na Bulgária. Todor Zhikov, que governou este mui obediente satélite da União Soviética por não menos de trinta e cinco anos, abandonou o cargo sob a pressão da realização de uma reforma que ele não era capaz ou não queria empreender… Um mês depois, cinquenta mil pessoas manifestaram-se em Sofia, cidade anteriormente adormecida, exigindo a resignação do ‘papel de supremacia’ do Partido Comunista. Num imprudente momento de ira captada por um jornalista televisivo, que o destruiu politicamente quando foi revelada, Mladenov [que na altura liderava a Bulgária Comunista] murmurou ‘o melhor a fazer é enviar os tanques.’ No entanto ele não enviou tanque algum, e tal acção não foi sequer proposta seriamente nem por este duro governo que fornecera assassinos à KGB durante muitos anos. Um gentil, modesto filósofo chamado Zhelyu Zhelev criou a União Democrática, e em 12 de Dezembro, o Partido Comunista Búlgaro concordou em abandonar o seu monopólio de poder e na organização de eleições livres. Uma segunda ronda destas, em 1990, fez de Zhelev presidente.” (Warren H. Carrol, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 741-742)

Abaixo um link que leva a uma foto muito emblemática. Notem que há dois cartazes: Um com o  retrato de cabeça para baixo do ditador comunista Todor Shivkov ao lado de outro com a imagem de Jesus Cristo simbolizando a mudança.

Romênia

“Resistindo contra a maré de liberdade, sobrou o por muito tempo incontestado ditador da Roménia, Nicolae Ceaușescu, e a sua fria e maldosa esposa, Elena… A família Ceaușescu amava o poder com uma paixão ardente… Ele manteve a Roménia na pobreza enquanto construia enormes projectos vistosos… Havia polícia secreta por todo o lado, mantendo constante vigília em todos os que fossem minimamente suspeitos de dissidência. Todas as máquinas de escrever eram registadas na polícia secreta, juntamente com uma amostra da sua escrita, para que qualquer documento comprometedor pudesse ser rastreado até à máquina que o escreveu. Assassinos rastreavam as poucas pessoas proeminentes que conseguiam escapar do país com sucesso e matavam-nas. No dia 20 de Novembro, com a Polónia, a Hungria e a Alemanha Oriental libertadas e a Checoslováquia a caminho da libertação, Ceaușescu disse que jamais iria imitar essas nações em ‘bloquear o socialismo.’
Uma vez mais, tal como na Polónia e na Alemanha Oriental, a libertação de um país comunista começou numa igreja… O governo ordenara Tőkés a deixar a sua paróquia. Ele recusou-se a fazê-lo. No dia 15 de Dezembro, o prazo dado para o seu despejo, cerca de mil pessoas manifestaram-se inesperadamente a seu favor. No dia seguinte o número aumentou para cinco mil. Ceaușescu enviou as tropas. Os seus oficiais estavam relutantes em abrir fogo, mas Ceaușescu condenou-os pela sua indecisão e no dia 17 adoptou uma ‘solução chinesa.’ Cerca de cem pessoas foram mortas e milhares foram feridas.
As pessoas da cidade responderam com um ataque geral assim que o exército começou a retirar-se desta, ávido em pôr a cena de seus homicídios para trás das costas. Manifestações de simpatia começaram em outras cidades; Ceaușescu avisou que iria utilizar forças similares contra qualquer uma destas caso continuassem. No dia 21 de Dezembro ele saiu do palácio presidencial para dar um furioso discurso a uma multidão ao vivo em televisão nacional. Pela primeira vez em seus vinte e quatro anos de poder foi deparado com agitação punhos em riste, vaias, zombarias e gritos que exclamavam ‘Ceaușescu ditador!’ que duraram três minutos completos. Abismado, ele começou a acenar com as mãos, mas sem efeito. Elena sussurrou-lhe, ‘Fica calmo! Fica calmo!’ Então, os ecrãs da emissora televisiva nacional tornaram-se brancos. A multidão de pessoas cresceu para quinze mil durante o dia e foi finalmente dispersada pela polícia de segurança, que matou treze pessoas.
No dia seguinte, grandes multidões cercaram o prédio usado pelo Comité Central do Partido na Praça do Palácio em Bucareste. Ainda cheio daquela confiança, própria de um maníaco, Ceaușescu saiu para dirigir-se a eles. Mas alguém tinha desligado o microfone. Havia luta nas ruas; as pessoas estavam a entrar no prédio. Nicolae e Elena Ceaușescu entraram num helicóptero que os esperava mesmo à frente da multidão agressiva. O helicóptero pousou ainda longe do destino, por uma estrada aberta…  Nicolae e Elena evacuaram e tentaram sinalizar para um caminhão que passava. Alguns minutos depois, eles foram presos. Muitos membros restantes do governo… repudiaram a sua estrutura comunista e pouco depois o seu nome comunista, culparam Ceaușescu por tudo e safaram-se com esta. O governo reconstituído desfez-se dos Ceaușescus em velocidade-relâmpago. No dia de Natal de 1989, eles foram conduzidos a um tribunal marcial, condenados, e executados.” (Warren H. Carrol, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 742-743)

No vídeo abaixo o último discurso de Ceausescu, no dia 21 de dezembro. Note que a câmera oficial que o filmava treme frente a investida do povo sobre o Palácio, mas não deixa de mostrar a expressão de perplexidade do presidente comunista que não se dá por vencido.

Último discurso de Ceaucescu

Abaixo, a manifestação popular enfurecida, vista de outros ângulos da transmissão oficial. Ali vemos o povo avançando contra ao Palácio.


Aqui a famosa fuga de Ceaucescu e sua mulher de helicóptero no dia seguinte pela manhã.

Fuga de helicóptero - Romênia - 22 de dezembro de 1989.

Também achei este vídeo para olharem com calma. É uma apanhado de todas estas manifestações contra os países comunistas ligados à URSS do século XX - alguns citei neste artigo e de outros não citados, como Polônia etc. É bem interessante, pois dá uma pequena noção do aspecto psíquico daqueles povos que viveram sob este regime totaliário. O começo é meio assustador, mas siga assistindo até o final.

Colapso da URSS e seus satélites comunistas

Bem, espero que este artigo sirva de inspiração para o povo brasileiro. Que este valoroso povo que deseja o melhor para este imenso País, Terra de Santa Cruz, e tendo como padroeira, Nossa Senhora de Aparecida, compreenda que, para extirparmos o mal do comunismo que o atual governo do PT nos quer impingir, teremos que nos unir à Deus! E que façamos como nos pediu Nossa Senhora: oração e penitência todos os dias. Convidemos Nosso Senhor Jesus Cristo a fazer parte de nossas vidas diariamente. Com certeza alcançaremos algum tempo de paz, não só aqui no Brasil, mas em toda a América Latina!

domingo, 24 de maio de 2015

O mal do comunismo que se espalhou pelo mundo e a perseguição aos cristãos católicos






Por Cristina Froes

A idéia de fazer este artigo consiste em mostrar o horror do Comunismo - alertado por Nossa Senhora, em Fátima, Portugal, através de trechos do livro "
A Ascensão e Queda da Revolução Comunista" de Warren H. Carroll que, por sua vez, baseia-se na célebre obra de Alexander Solzhenitsyn chamada "O Arquipélago de Gulag". 
Após estes breves relatos de Carroll, pretendo mostrar, em próximo artigo, como alguns países tomados pela Rússia conseguiram se livrar deste regime demoníaco; mas, sobretudo, mostrar que nada se consegue sem uma ação popular firme e corajosa, tendo como armas a Oração e a Penitência.

Apenas alguns poucos exemplos:


Um exemplo primário aconteceu na Rússia em 1923. Naquela altura, Moscovo tentou chantagear o Vaticano para que concedesse reconhecimento diplomático ao seu regime. Moscovo emitiu ordens de detenção do clérigo Monsenhor Cieplak (administrador apostólico da diocese de Mohilev), o seu vigário geral Monsenhor Budkiewicz, e outros treze padres. Estes clérigos declararam que não iriam observar a lei de 1922 da União Soviética que proibia o ensino da fé católica às crianças. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 310)

Em 1946 as autoridades soviéticas removeram todos os bispos lituanos de suas dioceses excepto um (…) De 1946 a 1948, 357 padres, — um terço dos padres na Lituânia — foram deportados para campos de trabalho na Rússia e Sibéria. A um deles, que foi sentenciado a 25 anos (ou seja, à morte, uma vez que praticamente ninguém sobrevivia mais de 10 anos nos campos), foi oferecida a liberdade, uma das maiores igrejas em Vilinius, e cem mil rublos se ele aceitasse liderar uma igreja Católica lituana cismática. Ele negou-se, e desapareceu. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 364-365)

Quase todo de uma vez começou o holocausto da Espanha [em 1936]. O principal alvo dos revolucionários era… a Igreja Católica. Durante os três meses seguintes, os padres, religiosos e leigos católicos que foram apanhados na parte da Espanha onde a República exercia o  controlo, foram vítimas da mais sangrenta perseguição pela qual a Igreja alguma vez passou desde aquela operada pelo imperador romano Diocleciano no século IV. Ao todo, 6.549 padres e 283 freiras foram martirizados, a muitos, na clássica circunstância do martírio, foi oferecida a vida se renunciassem a fé e a morte se a mantivessem. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 285)

Em Cervera, contas de rosários foram forçadas para dentro dos ouvidos dos monges até que os seus tímpanos fossem perfurados… Certas pessoas foram queimadas, e outras enterradas vivas — e isto após serem obrigadas a cavar as suas próprias covas. Em Alcazar de San Juan, a um jovem homem, distinto pela sua piedade, foram arrancados os olhos. Naquela província, Ciudad Real, os crimes foram de facto atrozes. Um crucifixo foi enfiado à força pela boca a dentro da mãe de dois jesuítas. Oitocentas pessoas foram atiradas para dentro de um poço de mina. (citado por Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 286)

[...]até alguns “agressores carregavam bandeiras vermelhas com o machado e a foice. (Carroll, pág. 288)

Sob a batuta de Vladimir Lenin, o autor da revolução Comunista, genocida, e líder da Rússia comunista de 1917 a 1924






Em 1917, Lenin ordenou o encerramento de todas as igrejas católicas em Petrogrado. (Warren H. Carroll,  A Ascensão e Queda da Revolução Comunista,  pág. 169).

Em 1918, Lenin ordenou a proibição de todos os jornais em Moscovo excepto aqueles publicados pelos comunistas. Isto estendeu-se pouco depois a qualquer publicação impressa, inclusive jornais periódicos, etc.  (Warren H. Carroll,  A Ascensão e Queda da Revolução Comunista,  pág. 116).

Em Abril de 1919, seguindo as recomendações de Dzerzhinsky e com a aprovação de Lenin, o governo soviético ordenou o estabelecimento de uma rede de campos de concentração, pelo menos um por província, o primeiro do tipo na história, que serviu como modelo e inspiração a Hitler e os seus nazis, cujos campos de concentração posteriormente vieram a tornar-se infames como os do GULAG. Em 1923, o número desses campos de concentração chegou a 315. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 142)

A fome levou a morte aos lares, ou para tão longe desses quanto um moribundo conseguisse andar. Os campos de trabalho levaram a morte para longe… Parece até presunçoso que alguém escreva sobre o Gulag depois de Alexander Solzhenitsyn. Ele esteve lá; ele transformou o tema Gulag em seu próprio; ele mudou o mundo e a história através daquilo que escreveu sobre este… O máximo que podemos fazer é selecionar, aqui e ali, do que Solzhenitsyn escreveu, e elaborar notas de rodapé — para proporcionar um pouco do sentido, do sabor, do som do vento infernal que soprava pelos campos de extermínio espalhados pelos vastos ermos. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 243)

Descrição do campo de trabalho de Orotukan:

“Podemos começar por Orotukan. A meio do segundo volume de O Arquipélago de Gulag, Solzhenitsyn conclui com uma breve descrição de Orotukan (o qual ele depois situa somente por referência ao rio Kolyma no extremo-norte da Sibéria) — cujos horrores soam-nos ser tão maus quanto, mas não piores que aqueles de muitos outros campos que ele descreveu — com esta singular e dura sentença: ‘Todos os que sobreviveram a Orotukan dizem que prefeririam a câmara de gás.’ Todos os que estiveram lá e sobreviveram, e falaram sobre isso, dizem que prefeririam a morte à sobrevivência… No extremo da cordilheira Chersky de Yakutsk, o rio Kolyma desaguava no Oceano Ártico. Este desaguava, isto é, durante o verão. No inverno era uma faixa de gelo, de cima a baixo; pois as redondezas da cordilheira Chersky são o ponto mais frio da Terra sem contar com o centro da Antártica… No Kolyma, a temperatura média de inverno é sessenta graus abaixo de zero. Setenta e cinco abaixo de zero é comum…

“Até Novembro, eles só tinham abrigos feitos de ramos para viver, e não lhes era dada nenhuma roupa para além da que tinham quando chegaram. Depois eram-lhes fornecidos casebres de madeira feitos de tábua única sem isolamento. Havia lareiras para o aquecimento, mas os trabalhadores tinham de cortar a sua própria lenha — sob trinta, quarenta e ou cinquenta graus negativos — após terem terminado o trabalho do dia. Estes, ainda em Magadan, eram os sortudos. Os menos afortunados eram enviados para iniciar a construção da estrada para Kolyma — a meio do inverno… Não havia casebres aí, apenas tendas e cabanas de ramos. Cães de patrulha impediam que escapassem. Alguns dos campos no caminho para Kolyma foram dizimados até ao último homem e cão — não apenas morreram todos os escravos trabalhadores, mas também todos os guardas…

“Assim que o gelo derreteu no Golfo de Okhotsk, mais barcos chegaram com mais ‘kulaks,’ sabotadores, demolidores, e outros tipos de gente indesejável ao país… Quando o gelo derreteu no fim da primavera de 1934, o Dhzurma finalmente chegou à foz do Kolyma. Todos os 12.000 prisioneiros a bordo estavam mortos. Praticamente toda tripulação sobreviveu. Mas no retorno para Vladivostok, metade deles tiveram de ser tratados por ‘desordem mental.’ O que será que eles viram?

“Orotukan foi construido como um campo de punição para aqueles trabalhadores em Kolyma que sobreviveram e provaram ser particularmente intratáveis. As condições em Orotukan, portanto, deveriam ser propositadamente piores do que as de qualquer outro campo da região. Solzhenitsyn diz-nos que cada cabana em Orotukan estava cercada em três lados por pilhas de corpos congelados. O grande total de mortos em Kolyma foi aproximadamente três milhões. A cada ano, morria um terço dos prisioneiros nos seus campos; quase nenhum lá sobrevivia mais de quatro anos seguidos. Pelo menos um homem morreu por cada quilograma de ouro extraído das minas de Kolyma…” (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 243-245)



Descrição dos campos de trabalho do Canal de Belomor:

“A mão-de-obra no Canal de Belomor chegou a cerca de 300.000 no seu pico, sem contar com o quase igualável número daqueles que morreram por excesso de trabalho, mal tratamento, subnutrição, ou doenças do campo, e que iam sendo substituídos à medida que caíam. A taxa de mortalidade era de setecentos por dia; porém, novos prisioneiros chegavam aos campos do Canal de Belomor numa média de mil e quinhentos por dia. O tempo médio de sobrevivência era de dois anos… D.P. Vitkovsky, ele próprio prisioneiro de Solovetsky e supervisor de trabalho no canal, descreve com calma e notável precisão as condições de trabalho e os seus resultados, até para aqueles que não eram internos do campo de trabalho:

‘No fim do dia de trabalho jaziam corpos abandonados no local de trabalho. O gelo tinha pulverizado as suas faces. Um deles encontrava-se curvado debaixo de um carrinho-de-mão virado ao contrário; ele tinha posto as suas mãos para dentro das mangas e morreu congelado nessa posição. Um deles congelou com a cabeça fletida entre os joelhos. Dois congelaram apoiando-se mutuamente de costas voltadas um para o outro. Eram jovens camponeses e os melhores trabalhadores que alguém poderia conceber. Eles eram enviados para o canal às dezenas de milhares, e as autoridades tentaram fazer as coisas de forma a que ninguém calhasse no mesmo sub-campo que o próprio pai; eles tentaram dividir famílias. E logo que chegavam eram-lhes dadas as normas sobre telhas e pedregulhos que não conseguiriam cumprir nem no verão. Ninguém os podia ensinar ou avisar coisa alguma; e na sua simplicidade de camponeses, eles despendiam toda a força no seu trabalho e enfraqueciam rapidamente morrendo congelados, aos pares. À noite, vinham os trenós e os recolhiam. E um som seco e forte ouvia-se à medida que os condutores atiravam os corpos para dentro dos trenós.



E no Verão, sobravam ossos de corpos que não foram removidos a tempo, e que, juntamente com as telhas, iam para dentro do misturador de concreto. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 248-249)

Deportações massivas já tinham começado na Polónia soviética. Em Fevereiro de 1940 mais de duzentas mil pessoas, predominantemente famílias, foram transferidas para o norte da Rússia europeia, onde foram largadas em pequenas vilas ou aldeias pouco habitadas onde tinham de subsistir por si mesmas; em Abril, um número ainda elevado, cerca de 320 mil mulheres e crianças, cujos maridos e pais já tinham sido executados ou consignados aos campos de concentração, foram enviadas para os degredos do Cazaquistão onde a maioria das crianças morreram; em Junho, mais um quarto de milhão foi enviado para a Sibéria. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 318)


Sob a batuta de Joseph Stalin, possivelmente o maior genocida da história, líder da Rússia comunista de 1924 a 1953



Em Maio de 1929, o Conselho do Comissariado do Povo definiu formalmente ‘kulak’ como qualquer lavrador que lucrasse qualquer tipo de dinheiro com  qualquer tipo de actividade que não a venda da produção agrícola dos seus próprios terrenos. Qualquer rendimento exterior, qualquer processamento de bens feito na fazenda (tal como o de um moinho manual) era suficiente para que o indivíduo fosse considerado um ‘kulak’. Quando a campanha de extermínio foi lançada em 1930, entre dez a quinze por cento dos pequenos lavradores em cada região foram arbitrariamente taxados de kulaks e liquidados. Se não houvesse o suficiente destes com um perfil que enquadrasse na definição de 1929, outros tinham de ser adicionados para completar a quota. Podiam ser escolhidos pelos níveis de rendimento, actual ou aparente; por liderança nas vilas locais… por oposição à colectivização forçada (uma razão particularmente comum para designar alguém como um kulak); ou simplesmente por serem cristãos devotos… Este foi o primeiro acto de um holocausto camponês de 1930 a 1934 que tirou a vida à dez milhões segundo as estimativas do próprio Stalin fornecidas ao presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt em Yalta, e uma estimativa de 14,5 milhões quando todas as vítimas, incluindo aquelas que foram enviadas para campos de trabalho e que morreram posteriormente, são tomadas em conta. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 224-225)

Um vento frio soprou neve nos desafortunados que não estavam vestidos adequadamente, pois não lhes fora permitido levar roupa quente com eles. Nós queríamos ajudar de alguma forma, e uma vez que podíamos assumir que seriam banidos para a Sibéria, nós tínhamos de conseguir para eles alguma roupa que fosse bem quente… Sob atenta supervisão dos soldados, uma grande quantidade de trenó foram movidos para o pátio. Tinham o propósito de tirar os camponeses detidos das suas vilas. O carregamento de seis a oito pessoas por vagão começou imediatamente, controlado através da utilização de uma lista… esposos foram separados de suas esposas e crianças de seus pais… Assim que um trenó moveu-se para unir-se a uma coluna, um jovem  surgiu e correu em direcção a outro trenó no qual estavam a sua impotente esposa em lágrimas e as crianças. O pai obviamente queria estar com a sua família, mas não os alcançou. O camarada Pashchenko, presidente do soviete da vila que estava a supervisionar toda a acção, sacou o seu revólver e atirou calmamente. O jovem pai caiu morto na neve, e o trenó que transportava a sua viúva e órfãos continuou. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pp. 227-228)

Há relatos de ‘kulaks’ em comboios para o Cazaquistão ou Sibéria, trancados em carruagens que transportavam cinquenta cada uma, com um pedaço de pão e um balde de chá ou uma sopa pouco consistente para cada dez pessoas (e isso nos dias em que eram entregues), a rastejar com vermes, privados de agasalho no inverno, a sufocar no calor de verão, a atirar os bebés moribundos pela janela para pôr fim aos seus sofrimentos. (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 228)

“A fria e dura realidade da situação era esta: os lavradores ucranianos iam morrer; e os operativos comunistas temiam a morte, ser erradicados, ou os campos de trabalho se eles nãos os deixassem morrer. Eles sabiam que não havia cereal. Toda gente sabia. Mas ninguém se atrevia a dizê-lo… Entretanto, as pessoas comiam ratazanas, ratos, pardais, caracóis, formigas e minhocas, couro e solas de sapato, peles velhas e pelugens, ossos do chão, cascas de acácia e urtigas. Em Março, em muitas áreas, até a maioria dessas coisas tinha acabado, e não havia mesmo nada restante para comer. Um terrível silêncio invadiu as aldeias; não havia animais para fazer qualquer barulho e as pessoas ainda vivas raramente falavam. Victor Kravchenko, na altura um ativista do Partido enviado à Ucrânia, que posteriormente repudiou o comunismo e que conseguiu a sua liberdade escapando, relembrou o que vira:



‘Aqui vi pessoas a morrer na solidão vagarosamente, de formas horríveis, sem a desculpa do sacrifício por uma causa. Eles foram presos e abandonados à fome, cada um em sua própria casa, por uma decisão política tomada numa longínqua capital à volta de mesas de conferência e de banquete. Não havia sequer a consolação do inevitável para aliviar o horror. As vistas mais terrificantes eram as de crianças com os seus membros, que mais pareciam ser de esqueletos, como que pendessem de seus abdómenes semelhantes a balões. A fome retirou qualquer traço de juventude das suas faces, transformando-as em gárgulas torturadas; nos olhos somente ainda se mantinha qualquer rastro de infância. Por todo o lado encontravam-se mulheres e homens estendidos de bruços, as suas faces e barrigas inchadas, os seus olhos completamente sem expressão… Cerca de cinco milhões de ucranianos morreram nesta fome deliberada e genocida.’” (Warren H. Carroll, A Ascensão e Queda da Revolução Comunista, pág. 240-241)



Creio que com isso dá para se ter uma idéia do que foi o genocídio comunista e sua perseguição aos católicos. Apenas alguns exemplos. Em outro artigo pretendo mostrar como estes e outros países massacrados se libertaram deste regime.